domingo, 15 de fevereiro de 2009

Maior abandonado

Ontem foi aniversário de 15 anos da minha prima Carolina. Me dei conta na festa de como toda a primaiada cresceu e que não existem mais crianças entre nós, nem mesmo a que era a bebê quando eu tinha 16 anos. Como é estranho olhar para os lados e perceber que todos mudaram, cresceram e nada mais é a mesma coisa. O pior das festas de família é perceber que minha mãe não está lá, justo ela que gostava tanto de reunir todos. A Carol é uma das afilhadas dos meus pais. Uma de vários dos afilhados, porque eles são padrinhos de muitos por aí, sempre foram muito amados, sempre foram "o" casal, sabe? Eles apareceram no telão. Só lá. Meu pai não foi à festa, ele tinha a formatura do filho da futura esposa dele. Sim, ele vai casar novamente e essa data está bem próxima. É muito estranho saber que seu pai vai se casar com outra, dá uma sensação de "por que???". É o tipo de coisa que eu não queria ver, mas aceito, afinal é a felicidade dele em jogo. Tenho que aceitar, ser maduro. Mas não sou. Por dentro eu acho uma bela cagada, mas quem sou eu pra julgar? Cada um sabe da sua vida, né? Mas voltando ao telão da festa, engoli o choro quando vi minha mãe. A imagem dela me abala demais e não é sempre que eu quero chorar. São três anos chorando e isso cansa. Estou me sentindo um maior abandonado, entende? Pai de um lado, mãe não mais aqui, irmã longe. É o lance de família mesmo. Namoro vai muito bem, amigos estão sempre presentes (até mais do que eu, que sou um pouco relapso), mas é foda entrar na garagem do prédio e só a minha vaga ser ocupada. É estranho como toda vez que entro na garagem tenho uma breve esperança que o carro do meu pai ou da minha irmã esteja lá. É, tem dias que me sinto assim. A festa de ontem, mais os filmes que assisti hoje me fizeram pensar. Assisti O Casamento de Rachel e O Leitor, recomendo os dois. Embora nenhum deles tenham a ver com nada do que falei até agora, são filmes que mexem com assuntos delicados e isso abriu uma brecha para que minhas próprias feridas fossem expostas. Acho que por isso escrevi isso tudo hoje, essas frases bagunçadas, esse desabafo atropelado.

play>> Keane - Perfect Symmetry

2 comentários:

Anônimo disse...

sugar... tô contigo sempre apesar de sua "relapses" (inventei agora essa, bonita né??)

Sei que temos dias piores, e menos piores...quando se trata de determinados assim... but, the show must go on....

bjo, luv ya!

Marcos Machado disse...

Cara, solidão é cruel, passo pelo mesma coisa, mas no meu caso é diferente, sabe quando por mais que você teha alguém em volta vc se sente solitário, tipo sozinho no mundo, só posso dizer que é fogo.

play>>Crisis Core – The Price of Freedom