Rei Roberto

Ontem pela primeira vez na vida fui à um show de Vossa Majestade, o rei Roberto Carlos. O cara está comemorando 50 anos de carreira numa maratona de shows e eventos de tirar o chapéu. Hit atrás de hit, por duas horas sem parar. Nem precisou de bis. Cantar por duas horas seguidas, sem interrupções, é coisa que muito moleque de 20 anos não faz. O rei faz. E não parece fazer com muito esforço. A voz sai com uma facilidade de causar inveja e admiração.

A banda entra primeiro, tocando Como É Grande Meu Amor Por Você e É Preciso Saber Viver. Um tempo depois entra o rei com o tal do "se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi". Daí por diante um sucesso maior que o outro.

O público é variado, mas predominantemente acima dos 50. É um barato ver as velhinhas aos gritos de "gostoso", ou todas safadinhas quando canta as canções que ele mesmo julga sensuais. No decorrer da apresentação, o cantor conversa bastante, sorri muito e é extremamente simpático. O repertório passeia por todas suas fases, o que mostra como uma Amor Perfeito é infinitamente superior à Caminhoneiro, por exemplo. Mas isso não é nenhum segredo. Em 50 anos existem músicas e MÚSICAS, como não é diferente com a maioria dos artistas com essa longevidade na carreira. Alguém mais desligado acreditaria ser um show de banda cover, tamanho é o número de hits que o rei já emprestou para o universo pop. Skank, Marisa Monte, Jota Quest, Cláudia Leitte, Titãs, entre outros, estavam todos lá.



O encerramento se dá ao som de Jesus Cristo, com a clássica distribuição de rosas vermelhas e brancas às mocinhas de meia idade, e outras nem tanto assim. Não dá pra negar: é brega pra cacete. A diferença é que isso faz parte, não poderia ser diferente. Assistir um show do rei foi uma experiência inesquecível e eu diria até mesmo engrandecedora para este grande fã de música pop brasileira que vos fala. Quem sabe no ano que vem eu volto...


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