sábado, 18 de dezembro de 2010

Os melhores CDs-BR do ano

De todos os CDs de artistas brasileiros lançados em 2010, 5 dominaram meu CD player. 2 grandes novidades e 3 excelentes retornos.


Começando pelas novidades, vem o cantor Thiago Pethit. Conheci o som desse cara por acaso. Ele ia se apresentar no Sesc Vila Mariana, foram sorteados pares de ingressos para o show no @sescsp, ganhei um par e depois de uma tarde no MySpace ouvindo seus MP3, fui à apresentação. Ótima surpresa! Um estilo raro, se não único, no Brasil. Clima de cabaré, França e coisas que não imaginaria em português (e francês e inglês...). Lembrou-me um pouco de Chris Garneau e Rufus Wainwright. Saí de lá com esse Berlim, Texas nas mãos. Disco de estreia do moço, 10 real na saída do show. Pérolas como Fuga N.1, Forasteiro, a belíssima Não Se Vá (que é reprisada em inglês no final do disco), a animadinha Nightwalker e o single Mapa-Mundi não saem do meu player, nem da cabeça. Só nesse ano já assisti 3 shows de Pethit, todos no Sesc, todos de graça. Salve Twitter!


Outro novo vício é a xará da minha irmã, Karina Buhr. Falei dela aqui. Já tinha ouvido falar da moça, mas nunca fui atrás. Afinal são tantas novas caras na música, que às vezes dá preguiça... No entanto, quando Buhr foi escalada para o festival Natura Nós, pensei: já que estarei lá mesmo, por que não ver como é? Baixei o CD Eu Menti Pra Você, me apaixonei pelo sotaque pernambucano e fiquei fascinado pela música título. Em duas semanas já tinha devorado quase todas as faixas do álbum. Vira Pó, Plástico Bolha, Nassira e Najaf e a mais viciante de todas, o "funk" Ciranda do Incentivo, que seguramente foi a música que mais ouvi no repeat esse ano.


Quem voltou com tudo foi Sandy em seu primeiro trabalho solo. Totalmente autoral e um tanto melancólico, Manuscrito é uma pequena obra prima. Longe do pop fácil, o CD veio para provar que a menina cresceu e sabe muito bem o que quer. E o faz com maestria. Sem Jeito, que tem um pezinho no rock, é surpreendente. Dias Iguais, dueto bilingue com Nerina Pallot, baseada no piano, lembra o estilo de Tori Amos. Ela Ele parece uma valsinha. Destaques ainda para O Que Faltou Ser, Tempo e o próximo clip, a mais pop do álbum, Quem Eu Sou. Na estreia da turnê, no mês passado, Sandy mostrou que domina o palco como poucas, misturando simpatia, firmeza e domínio vocal. Seu público, no entanto, poderia ser um pouquinho mais educado.


Se Sandy mostrou com seu último álbum que pode perfeitamente se livrar do rótulo de artista infantil, o Pato Fu fez o caminho oposto em 2010. Música de Brinquedo trouxe uma coisa muito rara para as crianças: qualidade musical. O que agradou muito marmanjo também. Todo gravado com instrumentos de brinquedo, a banda regravou sucessos como Primavera, a deliciosa Pelo Interfone, Rock and Roll Lullaby e Twiggy Twiggy, da nipônica Pizzicato Five, uma referência de sempre da banda. O resultado é divertido, leve e só prova que o Pato Fu não veio ao cenário musical para ser a mesma banda sempre.


Com produção de John Ulhoa do Pato Fu, Lucy and the Popsonics lançou agora, na reta final do ano, seu segundo trabalho, Fred Astaire. Se o primeiro álbum, A Fábula (Ou a Farsa?) de Dois Eletropandas tinha uma produção mais rústica, este veio para provar que sim, a dupla pode ser tão eficaz e divertida com uma produção mais elaborada. Tanto que Popdollkiller reaparece reformulada no segundo CD, com ainda mais força. Mas é nas faixas novas que vemos seu amadurecimento criativo. Por Que Você Não Morre tem um quê de anos 80 e CSS. Biff Bang Pop lembra musiquinha de videogame. Multitarefa, de longe a melhor de todas, parece uma mistura do próprio Lucy and the Popsonics, com as faixas mais alternativas do Pato Fu. O refrão transpira à Fernanda Takai.


play>> Lucy and the Popsonics - Multitarefa

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